Se só me restasse uma hora de vida - Resenha

Olá leitores, como estão?

O livro que irei resenhar hoje é do tipo que somos fisgados pela capa e que compramos sem nem pensar em seu conteúdo, sobre o que se trata, etc. Na verdade, conheci este título em um blog literário (sim, eu também acesso alguns!) e também fui fisgada pela avaliação dada na resenha. Que tal conferir as minhas impressões a respeito deste livro tão peculiar? 

Título: Se só me restasse uma hora de vida

Autor: Roger-Pol Droit

Editora: Bertrand Brasil

Número de Páginas: 98

ISBN: 9788586152582

Onde encontro? aqui, por R$13,30
          

Ao contrário do que muitas pessoas pensam a respeito do livro, ele não se trata de um narrativa no qual um personagem só tem apenas uma hora de vida e narra seus atos dentro desse curto tempo. Na verdade, o livro não passa de um exercício filosófico de um personagem, o qual sabemos apenas que é do sexo masculino, o qual tem infinitos pensamentos sobre, caso estivesse a beira da morte, a sua última hora de vida.

São várias as reflexões a respeito da vida com as quais nos deparamos entre as páginas do livro. O que você faria se só lhe restasse uma hora de vida? Com o que se preocuparia? Qual legado deixaria para o mundo? O que é realmente importante? Morrer é a única certeza que temos desde o dia em que nascemos e, por que desperdiçar os últimos momentos dela pensando em coisas supérfluas, banais?

"Embora a gente sempre esteja mais ou menos buscando algum sentido, um pedaço, uma continuação, na verdade estamos sempre embarcando em continuações, pois necessariamente perdemos o início." 

Durante a narrativa, sentimos uma conexão com o personagem e percebemos um tom de aflição nela, conforme as páginas vão se passando. Por incrível que pareça, nós também acabamos pensando a respeito da nossa "última hora de vida" e, o que mais me conectou com a história foi descobrir que o personagem também é um amante da escrita.

"Se só me restasse uma hora de vida, eu escolheria a escrita como artimanha contra a morte."

O que mais me chamou atenção foi a diagramação do livro, pois não existem pontos finais e nem parágrafos. Creio que a intenção por trás disso foi passar a impressão do personagem não ter muito tempo para se atentar aos detalhes em sua última hora de vida. É confuso, mas é bem bonito o sentido todo que dá à obra.

"Os seres humanos são grandes por sua loucura."

Há momentos em que o personagem cita grandes nomes da Filosofia, como Nietzsche, e ainda questiona as suas teorias. Tem muita gente que não curte filosofia, e confesso que também não é um dos meus gêneros favoritos, mas o autor quebra vários paradigmas a respeito do tema, pois narra tudo com uma simplicidade que dá gosto de ler.

Portanto, devo dizer que este é um livro para todos aqueles que gostam de ter um impulso para refletir a respeito da vida, para os que curtem filosofia e, para os que estão querendo se inserir nesse mundo cheio de pensamentos e ideias, muitas vezes sem uma resposta certa. O meu conselho é: pegue este livro para ler em uma data que signifique bastante para você, para que tenha um bom aproveitamento em meio de tantas reflexões. É um livro para ser lido em um momento de paz interior e tranquilidade, pois quando você piscar os olhos, já vai ter chegado nas últimas páginas.

Ah, e se me perguntassem o que eu faria na minha última hora de vida, agora eu saberia responder: eu escreveria, pois a escrita eterniza as pessoas.

E você, o que faria em sua última hora de vida?

Beijos,
Caroline.