Garoto encontra garoto - Resenha

Olá leitores, como estão?

Depois de ler um livro que não foi tão bom assim, o melhor remédio é ler algo realmente muito bom e que faça com que esqueçamos do desastre passado. Decidi então ler algo do David Levithan, pois ele sempre me surpreende com suas histórias e com a sua forma de enxergar o mundo. O escolhido foi este que lhes apresentarei a seguir.

Título: Garoto encontra garoto

Autor: David Levithan

Editora: Galera

Número de Páginas: 240

ISBN: 9788501047779

Onde encontro? aqui, por R$16,54
          

"Garoto encontra garoto" revela de cara para os leitores de que se trata de um romance gay. Não gosto muito dessa nomenclatura, pois acho que romance é romance, sendo entre casais héteros ou homossexuais e que não precisa existir uma diferenciação, pois amor é amor, mas é assim que as pessoas classificam.

O livro é narrado por Paul, um garoto que desde pequeno sabe que gosta mesmo é de meninos e não vê nenhum problema nisso. Sua família o aceita do jeito que é e, diferentemente de muitas histórias em que encontramos protagonistas gays, e os adolescentes na escola em que estuda também o aceitam e adoram sua amizade. David Levithan conseguiu criar um ambiente totalmente livre de preconceitos, quebrando vários tabus da sociedade, pois além de personagens gays, também somos apresentados a personagens trans, como Infinite Darlene (quarterback e rainha do baile) e que convivem muito bem!

Logo no comecinho do livro, Paul conhece o cara que ocupará boa parte de seus pensamentos, de uma forma bem inesperada, em um show dentro de uma livraria. É amor a primeira vista. Noah acaba de se mudar e estuda na mesma escola que Paul, então os dois tem a chance de se conhecer melhor e descobrem que tem muito mais em comum do que pensam. Os dois já namoraram e tiveram seus corações partidos de uma forma muito chata e estão tentando seguir em frente em um relacionamento maravilhoso.

"Quando um primeiro encontro dá certo, é assim: você sente a emoção de abrir a primeira página de um livro. E sabe, instintivamente, que vai ser um livro bem longo." 

Quando as coisas estão indo muito bem entre os dois, Paul estraga tudo ao tentar ajudar o seu ex-namorado Kyle, o mesmo que quebrara seu coração, com seu dilema entre ainda não ter descoberto se é homossexual ou hétero. Sem querer, os dois acabam se beijando e a traição cai, infelizmente, nos ouvidos de Noah. O problema é que Paul não teve a intenção de trair, pois ama incondicionalmente o seu parceiro.

“Se não houver sentimento de medo, não vai haver necessidade de coragem.”

Além de tentar recuperar a pessoa que faz seu coração bater mais forte, Paul também tem que lidar com o fator ex-namorado, que agora quer fazer parte de sua vida sendo apenas um amigo; com a sua melhor amiga Joni, que está namorando com o garoto mais babaca da escola e que decidiu virar a cara para todos os seus antigos amigos para ficar com ele; e  com a situação de seu melhor amigo Tony, que está preso em casa porque tem pais extremamente religiosos e que não deixam mais ele ter amigos homens pelo simples fato dele ser gay.

"Ás vezes, a distância entre saber o que fazer e realmente fazer é uma caminhada bem curta. Outras vezes, é uma extensão impossível."

Tudo isso é narrado de uma forma autêntica, que só David Levithan sabe fazer, mesclando momentos divertidos com alguns mais sérios. Além disso, estão presentes também várias reflexões a respeito da vida, do amor e da amizade. Mas, o que mais me deixou satisfeita com o livro foi o que eu disse logo no comecinho deste post: a normalidade com que David conta a história de um casal gay, mostrando que todo amor é válido e natural.

"A sensação de uma pequena vitória é assim: parece uma pequena surpresa e um monte de alívio. Faz o passado parecer mais leve e o futuro parecer mais leve ainda, mesmo que por um momento. Parece a leveza vencendo. Parece uma possibilidade."

Fica a minha dica de leitura para quem está procurando algo descontraído e divertido para ler com uma narrativa que flui muito bem. Ah, e pra quem também quiser abrir a mente para este tipo de romance, claro!

Beijos,
Caroline.