Claros Sinais de Loucura - Resenha

Olá leitores, como estão?

Ganhei "Claros sinais de loucura" da minha irmã, de presente de aniversário um pouco atrasado, mas que me fez pular de alegria! O motivo de tudo isso foi porque pela primeira vez (tirando quando eu ainda era muito pequena, vai!) eu não tinha ganhado nem um livro sequer de aniversário e esse foi a minha salvação.

Quando apareci com ele pra dar início a leitura, nem preciso dizer que ouvi vários "nossa, esse livro é a sua cara", porque confesso que não sou a pessoa mais normal do mundo HUSAHUSHU. Enfim, vamos a resenha?

Título: Claros Sinais de Loucura

Autor: Karen Harrington
 
Editora: Intrínseca

Número de Páginas: 254

ISBN: 9788580575071

Onde encontro? aqui, por R$16,80 (!!!)
                                                          

Sarah Nelson é uma garota de 12 anos muito diferente das garotas da sua idade por, vamos dizer, sua maturidade. Ela foi criada pelo pai, um adulto com problemas de alcoolismo mas que se esforça (sem muito sucesso) para ser uma boa figura paterna, e os dois vivem se mudando de uma cidadezinha para outra devido a um segredo que carregam desde que Sarah tinha 2 anos: sua mãe matara seu irmão gêmeo Simon e, por pouco, também teria matado a garotinha. O caso ficou muito famoso e sua mãe atualmente está internada em um hospício, por apresentar claros sinais de loucura. Então, toda vez que estão em uma nova cidade e os vizinhos começam a assimilar o sobrenome Nelson com o caso de Jane Nelson, a vida dos dois vira um inferno e essa é a resposta para todas as mudanças de endereço: a tentativa de começar uma nova vida.

"O nome do meu irmão é Simon. Só eu estou aqui, viva e contando mentiras. Minha mãe não está morta, só em isolamento. Meu pai bebe. Tenho dois diários. Converso com uma planta. Tenho medo de fazer um trabalho de árvore genealógica e estou tentando imaginar um jeito de pular o sétimo ano."

Pelo fato do livro ser narrado em primeira pessoa, ou seja, pela própria protagonista Sarah, podemos entender tudo o que se passa em sua mente conturbada. Sarah é uma garota solitária, sem muitos amigos, mentirosa (pois esconde de tudo e de todos a situação de sua mãe com mentiras), extremamente inteligente e que possui uma obsessão por palavras. É sério, ela ama ler o dicionário e em várias passagens do livros nos deparamos com definições de palavras segundo o dicionário.

"Sempre durmo no chão na casa da vovó. Ela arruma a cama tão bem que não gosto de desarrumá-la."

No último dia de aula antes das férias de verão, um de seus professores sugere aos alunos que escrevam cartas em um caderno para alguém, como Harry Potter, durante o verão. Enquanto os outros não gostaram nem um pouco da ideia, Sarah começa a se "corresponder" com um de seus personagens favoritos, Atticus Finch, do livro O Sol é Para Todos, um clássico de Harper Lee, como uma forma de companhia, substituindo os seus dois diários. Isso foi algo que achei genial, pois todo mundo um dia já se imaginou conversando com o seu personagem favorito, ou com o seu ídolo. 

Sarah tem umas manias estranhas, como ter dois diários (um verdadeiro e um falso, para enganar alguém que o pegue a fim de descobrir os seus segredos), ter uma planta de estimação que se chama Planta e ter longos diálogos com ela, subir em cima de um toco de árvore no jardim e ficar ali por um bom tempo e revelar segredos, como nunca ter beijado um garoto, para o jardineiro do vizinho, que é estrangeiro e só entende espanhol (sacaram?). O pior disso tudo é que Sarah passa boa parte do seu tempo se perguntando e pode ter o gene da loucura e acabar como a sua mãe, em um hospício, e portanto se questiona sobre sinais de loucura em seu comportamento.

"Aqui está mais uma coisa que eu precisei aprender sozinha. Depois que algo muda na sua vida, é melhor esperar por mais mudanças. É como derrubar o primeiro dominó. As outras peças não podem fazer nada, só cair onde estão. Se você tiver sorte, não vai se importar com o jeito como elas caem."

Por vezes me peguei rindo de alguns pensamentos de Sarah, que são realmente bem engraçadinhos. Mas a verdade é que o livro é bem triste, pois a vida da protagonista não é nada fácil e conseguimos ver de perto a situação toda, nos envolvendo muito com a história dela. Os capítulos são curtinhos, o que fazem com que você sempre queira ler mais um, e quase não encontrei erros gramaticais. A diagramação está impecável! O único ponto negativo que encontrei na história foi que ela não possui muita ação, então você fica esperando que algo incrível aconteça mas esse algo incrível infelizmente não chega a acontecer. 

Claros Sinais de Loucura é um livro que merece ser lido por todos nós, mesmo sendo um tanto quanto triste, e sim pelo fato de carregar muitas lições de vida em suas páginas. 

Beijos, 

Caroline.