Trilogia Padrões de Contato - Resenha Crítica

Olá galera,

Hoje eu vou fazer uma resenha de um dos livros mais interessantes e emocionantes que já li, porém, antes de tudo, preciso me apresentar certo? Vocês ainda não me conhecem escrevendo, acredito que a Carol já tenha falado de mim em algum vídeo ou comentário, mas, de qualquer forma, eu me chamo Lucas e sou novo nessa parte de resenhas. Minha área é o background do site, design e a codificação de tudo mais para que vocês possam curtir o Criticando Por Aí da melhor forma possível.

No entanto vou me arriscar aqui para fazer uma série de 6 resenhas dos 6 melhores livros que já li até o presente momento, vou avisando que não sou tão bom escrito como a Carol ou o Gustavo, mas vou tentar e espero que gostem!

Titulo: Trilogia Padrões de Contato

• Livro 1 - Padrões de Contato
• Livro 2 - Horizonte de Eventos
• Livro 3 - Linha Terminal

Autor: Jorge Luiz Calife

Editora: Devir 

Numero de paginas: 644

Avaliação do conteúdo: 5/5

                       Capa: 5/5

                       Diagramação: 5/5

Resenha:

Século XXV. A humanidade controla a natureza e vive uma era de hedonismo e tranqüilidade econômica e social. Empreiteiros espaciais disputam megaprojetos de ultratecnologia, dividindo o Sistema Solar entre seus interesses. Residências aéreas dão forma a uma vida paradisíaca nos céus da Terra. Golfinhos mantêm contato telepático com uma inteligência galáctica de bilhões de anos, a Tríade, guardiã da segurança da humanidade. Mas tudo começa a mudar com a chegada do Batedor, sonda de uma civilização distante que oferece testemunho de que o destino da humanidade está entre as estrelas. 


Século XXVI. A humanidade tenta encontrar saídas para a colonização estelar. Tensões aumentam entre os que desejam manter a pureza do corpo humano, os que querem a fusão com a máquina, e os que buscam a simbiose com organismos geneticamente manipulados. Baleias trabalham na construção civil em Europa, a lua de Júpiter, e jovens simbiontes conseguem flutuar no vácuo sem trajes espaciais. Mas um problema de preservação ambiental pode limitar a construção de um novo porto espacial de grande importância para a Terra. 


Século XXVIII. A ultratecnologia trouxe a felicidade? Não para um grupo de transcendentalistas que enviam apelos ao espaço com radiotelescópios. Para eles, a Tríade tem a solução – a fusão de mentes individuais a uma matriz cristalina, unindo a espécie humana à sua consciência coletiva. Assim Jorge Luiz Calife constrói a sua história do futuro. O fio condutor é Angela Duncan, mulher tornada imortal pela Tríade. A saga avança com a descoberta de uma nave de gerações tripulada por brasileiros e vítima de uma cruel ditadura militar, com uma guerra contra parasitas espaciais, e jornadas por um buraco negro até o passado da Terra, e a resolução do mistério da Tríade.


Crítica:

Comprei este livro porque sou um grande fã deste tipo de literatura, mesmo que o numero de páginas seja um pouco grande, tenho que dizer que é do tipo que você não se arrepende de ter passado horas e horas lendo. A cada página que se passa, o mistério fica maior e você começa a ter uma vontade cada vez maior de ler as próximas páginas sem parar.

Este livro, que originalmente foi publicado em 1985 pela editora Nova Fronteira, ilustra excepcionalmente o melhor da ficção científica "hard" brasileira, mostrando que nós brasileiros também conseguimos fazer ficção. O autor é considerado um dos maiores nomes na categoria de Ficção e Fantasia, título que faz muito jus aos seus livros e, mais que isto, nós temos história com ficção e somos tão bons quanto George Lucas ou Isaac Asimov neste ramo.

O mais impressionante sobre a narrativa é que o autor consegue, assim como outros grandes autores, fazer algo que julgo muito complicado: dar um fluxo aos eventos, ou seja, todas as "crônicas" do livro tem um passado complexo, um presente fluído e um futuro incerto. Em melhores palavras podemos dizer que assim como Tolkien, por exemplo, Jorge Luiz Calife consegue criar uma história para sua história, ou seja, cada personagem do autor tem uma história e uma personalidade próprias que afetam não só no seu julgamento mas também no julgamento e nas decisões de todos os outros personagens com quem este interage.

Muitas vezes durante a história o autor começa a falar de alguma coisa totalmente aleatória que, até o momento, não parece ter nada a ver com a história principal, ou então parece que é totalmente aleatório nos fatos que ele conta, porém você só vai descobrir que aquele fato que você leu na página 100 influenciou um grande evento na página 400 que influenciou outro grande evento no final do livro, e o mais impressionante é que, no final, todos os fatos se encaixam para criar o desfecho perfeito, uma vez que o autor não deixa sequer uma história sem resolução, ou ao menos nada que ele possa explicar no decorrer do livro.

Uma das coisas mais legais que vejo sobre um livro ou uma história em especial é a cronologia, ou seja, ver se ela tem um tempo definido ou se dá para contar algum intervalo de tempo entre os fatos, muitos não se importam em falar de anos, séculos, milênios ou mais, porém em Padrões de Contato, podemos ver que cada capítulo importante vem seguido de sua respectiva data de acontecimento, assim o leitor pode ficar a par de todas as coisas que estão acontecendo e no tempo que elas acontecem para que, no decorrer da história, ele possa meio que citar ou montar um  histórico com as ações e os fatos importantes com o tempo deles. É muito legal!

O mundo futurista que Calife criou também surpreende, vejam, eu sou designer, e fiquei impressionado com a criatividade que o autor teve em criar coisas que eu nem sequer conseguia imaginar como casas voadoras, naves esféricas, planetas em forma de disco e muitas outras coisas que contribuem para que o enredo como um todo encaixe não só na cronologia, se bem que muitas das coisas são um pouco forçadas demais.

O autor consegue obrigar você a montar uma imagem do personagem, mesmo que ele não diga nada sobre as características, de alguma forma apenas pelo jeito de falar ou de pensar você já imagina como ele seja e consegue com que você ganhe um carinho especial por alguns personagens e um ódio extremo de outros.

Para quem gosta de termos técnicos no estilo Star Trek este é o livro certo para se comprar, algumas frequentes partes do livro o autor fala sobre feixes de íons, phasers, buracos de minhoca, gravitrons, hiperespaço e muitos outras coisas que a gente sempre ouviu falar quando ouvia as histórias futurísticas da televisão, talvez por ser um livro da década de 80 ele foque mais em algumas destas partes, pois afinal, o Sci Fi era moda naquela época. Porém deixo um aviso, para quem não gosta de naves, alienígenas e essas coisas, a leitura é chata, alguns termos eu tive que procurar na Wikipédia, outros eu tive que resgatar de antigos seriados que eu costumava assistir.

Por último, mas não menos importante, a história! A emocionante narrativa de Angela Duncan e a Tríade se desenrola durante todo o livro, sendo ela uma das personagens mais obscuras de todo o enredo, perdendo apenas para super inteligencia que é chamada de Tríade. O começo do livro não desperta grandes emoções, porém à medida que a leitura se torna contínua você começa a sentir o coração palpitar mais forte querendo saber o que aconteceu e o que acontecerá ao longo da narrativa. Muitos consideram isto chato, deixar o leitor ainda mais intrigado com o que vai acontecer, mas esta é a tática principal que o autor usa para manter os olhos fixos nas letrinhas, a cada palavra, a cada capítulo o mistério aumenta mais, e você só é parcialmente saciado em intervalos de tempo regulares, pois afinal se você só tiver dúvidas não seria legal ler um livro não é mesmo? Mas mesmo assim tenho que admitir que o final não é tudo aquilo que pensei que seria, ele deixa um gostinho de quero mais, porém o mais triste é saber que é o fim e não haverá continuações, esse é o problema de ler um livro antigo.

Para finalizar esta resenha só tenho que dizer que este, apesar de seus defeitos, é um dos melhores livros de ficção científica que você vai encontrar em qualquer livraria, então nerds de plantão, corram para pegar o seu o mais rápido possível!


Abraços,
Lucas